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A estética na fotografia

Por Belvice Sthephine, Maria Fernanda e Yanca Cristina.

        As inovações tecnológicas revolucionaram diversos aspectos dentro do campo fotográfico. Câmeras passaram de grandes aparatos pesados para pequenos instrumentos potentes. Lentes adquiriram uma capacidade de zoom verdadeiramente incrível. Além do desenvolvimento em aparatos fotográficos, a tecnologia favoreceu o acesso à fotografia da população em geral. Atualmente, a era digital da fotografia de certa forma quebrou o preceito de que apenas pessoas favorecidas economicamente podem ter acesso a esta forma de expressão. 

        Imagem 1: Criança tirando uma selfie em seu smartphone.

                                   Foto de Julia M Cameron.                                     

        O ato de fotografar algo ou alguém se tornou muito comum, justamente por intermédio dos avanços tecnológicos. As câmeras de alta qualidade e fácil aquisição fizeram com que as imagens estivessem presentes diariamente na vida das pessoas. Cada vez mais indivíduos fotografam seu dia a dia e estabelecem novas vertentes na sociedade. As indústrias capitalistas por meio da publicidade acompanham tais variações e criam mais imagens para somar às que já estão constituindo o imaginário do ser contemporâneo. 

 

 

         

         Com as diversas mudanças sociais, a fotografia também precisou se reinventar, assim, passando a ocupar um espaço diferente no imaginário coletivo. Antigamente, o ato de se fotografar era escasso e motivado por fatores externos. Na contemporaneidade, esse ato passou a se tornar tão frequente que a sua causa foi banalizada. As pessoas tiram fotos de tudo e a todo tempo. A forma como o indivíduo enxerga a si mesmo e aos outros atrás da câmera está interligada a fortes fatores estéticos, que são acentuados com o passar dos anos e de acordo com as modificações do que é socialmente entendido como “belo” e “aceitável”.

        A fotografia enquanto autorretrato compreende as nossas vontades individuais, aspectos que compõem a identidade do sujeito a partir de conceitos como o exibicionismo e o narcisismo. Segundo Fabris (2004), construímos através de normas sociais precisas, a identidade do retrato fotográfico e do nosso próprio “eu”. Desse modo, a imagem passou a representar demasiado valor estético, delimitando padrões e conduzindo a forma como a sociedade cria e reproduz estereótipos.

        É possível identificar que os indivíduos atribuem um valor maior às imagens que são mais rebuscadas e digitalmente alteradas, geralmente as utilizando em propagandas publicitárias e capas de revistas, pois são elas que contemplam um elevado teor estético e padronizado. Quanto mais essas imagens editadas são veiculadas pelas grandes mídias, são alimentadas normas sociais que visam alterar a realidade e esconder as imperfeições da vida cotidiana.

 

 

         

          Essas fotografias abrangem várias áreas como, por exemplo, as do âmbito jornalístico e artístico, no que diz respeito às propagandas, capas de revistas e outros. Percebemos cada vez mais que as fotografias atuais transmitem mensagens por suas funções imagéticas e contêm mais tendências publicitárias.

 

         

             

              A dificuldade de categorizar essas produções fotográficas, em uma época em que nossas sociedades são permeadas pela onipresença das imagens, leva a qualificá-las como “Práticas fotográficas contemporâneas”. São muitas as reflexões feitas em torno desse conjunto abstrato, em particular no que se refere ao seu status. Desde a vocação documental da fotografia exemplificada pelas práticas fotojornalísticas ou arquivísticas, até uma abordagem mais plástica onde a imagem fotográfica se torna uma encenação que prevalece sobre a fidelidade da realidade. As práticas fotográficas contemporâneas apresentam diferentes facetas e não aparecem mais somente  como um lazer.

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 Imagem 2: Jovem exibindo câmera fotográfica.

Foto de Andrea Piacquadio.

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Imagem 3: Casal posando para uma selfie.

Foto de Andrea Piacquadio.


Imagem 4: Casal de idosos posando para selfie. Foto de Marcus Aurelius.

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Capa de revista com excesso de alterações no corpo e na fisionomia da modelo. Reprodução: Revista Nitro

Capa de revista reforça padrões estéticos. Reprodução: Revista Cosmopolitan 

Emily Ratajkowski por Mario Testino. Reprodução: Revista GQ Britânica

Thelma Assis por Adriano Damas. Reprodução: Harper's Bazaar Brasil

Referências

BLAUTH, Lurdi; MACHADO, Fabiane C. Magalhães e RUEDA, Laura Ribeiro. Autorretratos: Selfie e a Construção da Identidade. Prisma.com, vol. 40, p. 65–74, 2019.

 

FABRIS, Annateresa. Identidades virtuais: uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte, MG: UFMG, 2004.

 

R. BENIA, V. BONINI. A ESTÉTICA NA ESPETACULARIZAÇÃO DA IMAGEM FOTOGRÁFICA NA CONTEMPORANEIDADE. Caderno de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - UNIT - SERGIPE, v. 3, n. 3, p. 285–285, 2016. Disponível em: <https://periodicos.set.edu.br/cadernohumanas/article/view/3591>. Acesso em: 15 de maio de 2021.

WILSON, Larissa de Albuquerque. O Semblante da Fotografia na Contemporaneidade. In: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2010/resumos/R23-1507-1.pdf>. Acesso em: 20 de maio de 2021.

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