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Por Emmerson Kran

Dormir com o barulho! (não mesmo!)

 

A preocupação é o ano inteiro, mas sempre no final aguarda-se as peculiares festas natalinas e de ano Novo (o ano é novo, mas os hábitos nem sempre!). Aqui em Goiânia, no final de 2018 tivemos a grata notícia da aprovação na Câmara Municipal de um projeto de lei proibindo o uso de fogos de artifício com barulho. Na sequência, logo no início de 2019, o prefeito Iris Resende vetou a lei alegando que uma lei federal (decreto 4.238 de 1942) disciplina o tema.
 

Mesmo diante do veto a Câmara decidiu manter a lei, que foi publicada em 21 de fevereiro de 2019. A população, de forma geral, apoiou a iniciativa que está na justiça para decisão final. É uma lei que, dificilmente será respeitada. Sobre esse assunto voltarei a falar. Mas a questão é muito mais profunda e séria. Esse tipo de ruído afeta profundamente pessoas e animais nas mais diversas situações. Vai além da proibição de ruídos após as 22h, que nunca existiu. Sim, é lenda!

 

Barulho não é permitido, e é foco de atuação, a qualquer hora do dia. É claro que no final da noite se torna um transtorno inaceitável. Idosos o sentem de forma dolorida, pessoas com transtorno do espectro do autismo entram em pânico, gritam, choram. Pequenos animais como cachorros podem ter convulsões e morrer, se assustam, se desesperam, se ferem tentando se proteger.

 

Um dos maiores pontos turísticos do país, o arquipélago de Fernando de Noronha terá (novamente) seu réveillon pirotécnico. Em 2018 foram proibidos, mas passaram por cima da ordem judicial. A multa de 10 mil reais parece não ter preocupado os realizadores (Pousada do Zé Maria). Biólogos e outros especialistas se desdobram para explicar os motivos de ser delicado e impactante o barulho nesse Patrimônio Natural da Humanidade: santuário de reprodução de espécies (principalmente no mês de dezembro), morada de pássaros e habitat de aves migratórias etc.

 

Há alguns dias, o jornalista André Trigueiro postou em seu twitter: “O enfraquecimento do ICMBio em Fernando de Noronha contrasta com o tamanho das festas que marcam a virada do ano no santuário. Na que acontecerá na Praia da Conceição, o passaporte cobrado por um dos lounges para 3 dias de balada (das 9h à meia-noite) custa R$ 2.150,00”. Com direito a celebridades e artistas, como: Nando Reis, Natiruts, Seu Jorge e atrações internacionais. Mas isso não preocupa nem mesmo o atual chefe do ICMBio na ilha, o arquiteto Luiz do Nascimento Rocha, mais conhecido como “Dj Tequila”.

 

Se governos, gestores e empresários não estão preocupados, cabe a nós – os preocupados – Falar, gritar e apontar soluções! Em Goiânia ou Fernando de Noronha dormir com o barulho ainda terá novos capítulos. Um ano melhor a todos e todas!

Emmerson Kran

 

Radialista formado pela UFG, servidor público, criador e apresentador do
Conexão Ambiental.

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