Cultura
Ação criminosa de cambistas afeta venda oficial de ingressos para o show de Taylor Swift
Os pontos de venda dos bilhetes para o evento são alvo de atividades ilegais de cambistas e dificulta a compra pelos fãs da cantora, que se encontram indignados
Ana Beatriz Milhomem
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Taylor Swift se apresentando em um de seus shows da The Eras Tour (Foto: Divulgação)
Em junho, encerram as vendas de ingressos para os 6 shows da The Eras Tour da cantora norte-americana Taylor Swift no Brasil. Os eventos acontecerão em São Paulo nos dias 24, 25 e 26 de novembro e também no Rio de Janeiro em 17,18 e 19 do mesmo mês. No entanto, muitos fãs relatam problemas no processo de compra devido à intromissão de cambistas e se mostram insatisfeitos com o serviço oferecido pelo site Tickets for Fun e pelas bilheterias físicas.
A famigerada artista anunciou ao todo seis shows no Brasil em novembro deste ano no São Paulo, no Allianz Parque, e no Rio de Janeiro, no Estádio Nilton Santos (Engenhão), e todas as datas já se encontram esgotadas, com os últimos ingressos sendo vendidos nesta quarta-feira(28).
Cambistas são as pessoas que fazem a venda ilegal de bilhetes e, compram pelo valor ofertado originalmente no portal oficial, entre R$190 a R$1050, e revendem por quase dez vezes mais em sites ilegais. Tal prática já é considerada crime no Brasil pela lei n° 1.521, de 26 de dezembro de 1951,que prevê o chamado crime de “pirâmide” ou “esquema de pirâmide”, que consiste em tentar ou obter ganhos ilícitos, através de especulações ou meios fraudulentos, causando prejuízo a diversas pessoas. No entanto, ela não é tipificada no Código Penal, o que dificulta a coibição da prática.
Em entrevista com Vinicius Augusto, analista de sistemas e especialista em desenvolvimento de programas, ele diz que existe uma certa facilidade em burlar estes sites de vendas quando se usa CPFs de terceiros e cartões de crédito com grandes limites disponíveis. Segundo ele, os cambistas se aproveitam da alta demanda e da oferta limitada de entradas para eventos populares, compram uma grande quantidade de ingressos assim que são disponibilizados, muitas vezes utilizando programas de computador que automatizam o processo de compra online. Dessa forma, eles conseguem garantir bilhetes antes que o público em geral tenha a chance de comprá-los.
Após Taylor Swift anunciar seu terceiro show em São Paulo, para o dia 24 de novembro, os fãs da cantora começaram a formar fila na bilheteria do Allianz Parque. Porém, assim como no espaço online, no dia 22 de junho, dia oficial da venda geral, os cambistas se encontravam mais uma vez infiltrados entre os fãs da cantora na fila presencial. Todavia, desta vez alguns criminosos foram detidos por meio de ações implementadas pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e pela Polícia Civil de São Paulo, diminuindo os problemas de esgotamento rápido dos ingressos e sua venda ilegal.
De acordo com informações fornecidas pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), houve a abordagem de 300 indivíduos, resultando na condução de 25 suspeitos até a 1ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Infrações contra o Consumidor (DIICC). A Polícia Civil iniciou um inquérito e solicitou a autorização para acessar as informações bancárias e fiscais dos suspeitos.
Na ocasião, a Tickets For Fun, responsável pela organização dos shows da Taylor Swift no Brasil, emitiu uma declaração em que expressou sua discordância em relação à atividade de revenda ilegal de entradas, além de orientar os consumidores a adquirirem os ingressos exclusivamente por meio das plataformas oficiais de venda.
Em conversa com Nicole Diehl, estudante de odontologia na Faculdade Sul-Americana (Unifasam), ela aponta que sofreu tentativas frustradas de adquirir seu ingresso de forma online, mas a demora das filas virtuais e a ação programada de cambistas tornou isso impossível. Ela demonstra completa insatisfação com o serviço oferecido aos fãs e finaliza afirmando sua indignação por não conseguir realizar seu sonho de assistir a um show da artista.