Edgard Hauschildt, ou Edgar Brasil, foi diretor de fotografia nascido em Hamburgo (Alemanha), em 1902, que se tornou conhecido por ser um dos pioneiros na direção de fotografia no Brasil. Iniciou a sua carreira em 1927, a convite de Humberto Mauro, que na época precisava de um fotógrafo para compor a sua equipe cinematográfica. Edgar permaneceu trabalhando até o ano de sua morte, em 1954, acumulando mais de 150 filmes ao longo de sua carreira.

    Seus primeiros trabalhos foram em "Brasa Adormecida” (1928) e “Sangue Mineiro" (1930). Desde o início, Edgard se destacou por ser rigoroso nos enquadramentos e pela fluidez que conseguia transmitir em suas filmagens, através de uma imaginação produtiva excelente.

     Um dos seus principais trabalhos foi no filme “Limite” (1931), filme que contou com uma equipe de pouco mais de cinco pessoas e que é reconhecido justamente pela fotografia, o jeito livre da câmera. Brasil superava as dificuldades com a falta de equipamentos com a criatividade: criava as maquinarias que ele fosse precisar para realizar as imagens. “Limite” também ficou marcado pela parceria de Edgard Brasil com o diretor Mário Peixoto. A parceria deu tão certo que os dois logo engataram um segundo projeto juntos, chamado de “Onde A Terra Acaba” que foi interrompido devido a divergências com a atriz Carmen Santos.

    Após as filmagens, Edgard Brasil começou a trabalhar no estúdio Cinédia, sua primeira experiência com filmes de estúdio. Durante esse período, os filmes de maior destaque são “Alô, Alô, Brasil” (1935), “Estudantes” (1935) e “Bonequinha De Seda” (1936). Tais filmes continham pequenos erros técnicos, os quais o diretor foi aperfeiçoando ao longo do tempo, conforme ganhava experiência nas filmagens de estúdio. Brasil, após sair do Cinédia, trabalhou ainda no Brasil Vita Filmes, Sonofilms, Atlântida e Vera Cruz.