Saúde
Junho Vermelho: mitos em relação à doação de sangue afastam possíveis voluntários
Campanha tem como missão aumentar o número de doações e conscientizar a comunidade da importância desse ato solidário. Entretanto, inverdades afugentam doadores
Gustavo Martins Alves

Fonte: Reprodução Internet
Junho é o mês escolhido para representar e incentivar um dos maiores atos de solidariedade existentes: a doação de sangue. Uma única bolsa de sangue pode ser usada em até quatro pacientes, ou seja, é capaz até mesmo de salvar a vida destas pessoas. De acordo com o Ministério da Saúde, a fila atual de cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS) está com 566 mil pessoas. Em cada operação, em média, podem ser usadas de duas a seis bolsas de sangue. Por isso, a doação é essencial para diversas situações.
Entretanto, uma parcela significativa da sociedade tem medo de doar sangue pois acredita e é influenciada por mitos, alguns perpetuados há gerações. Para esclarecer essas informações, a coordenadora da Agência Transfusional Heapa (Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada), Ana Paula da Fonseca Fieira, discorreu sobre o assunto.
“Existem muitos questionamentos em relação à doação de sangue, um deles é sobre a realização de testes na bolsa ou no paciente antes da doação. Antes de ser feita a doação, é coletada uma amostra de sangue do doador e são realizados alguns testes para identificar doenças infecciosas que podem ser transmitidas pela transfusão de sangue. É feito nesse primeiro momento a tipagem sanguínea, as hepatites B e C, sífilis, Doença de Chagas, HIV, HTLV, entre outras. Esses testes são obrigatórios e são critérios para impedimentos da bolsa caso algum desses [testes] dê positivo”, explicou Ana Paula sobre os receios de contração de doenças por meio da doação ou recepção de sangue.
“Uma pergunta também bem pertinente e que é um mito entre as pessoas mais velhas, é que uma vez doador, sempre doador. Não é assim. Ele pode ser doador por uma única vez”, relatou a coordenadora sobre uma crença enraizada entre diversas pessoas de que o cidadão seria forçado a doar por toda a vida.
É importante elencar os critérios para ser um doador de sangue, são eles: ter entre 16 e 69 anos (sendo necessário ter efetuado doações antes dos 65 anos e os menores de idade devem ter a autorização do responsável legal), pesar no mínimo 50kg, ter se alimentado e dormido ao menos 6 horas na noite anterior à doação. Ademais, há alguns impedimentos temporários: não ter fumado ao menos 2 horas antes da coleta, não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas e não ter feito tatuagem ou colocado piercing nos últimos 12 meses. Em casos de gripe ou resfriados, é preciso aguardar ao menos 7 dias e, em casos suspeitos ou confirmados de COVID-19, aguardar ao menos 30 dias após a remissão dos sintomas.
Há também intervalos de doação. Os homens podem doar a cada dois meses, sendo o máximo de quatro doações por anos. Já as mulheres podem doar a cada três meses, totalizando três doações anuais.
É importante salientar que as doações seguem acontecendo normalmente, para além do Junho Vermelho, durante todo o ano, e que é necessária a participação ativa de toda a comunidade. Para ser um doador, é preciso procurar o Hemocentro mais próximo com um documento com foto e estar dentro dos parâmetros exigidos.