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Esportes

Embate dentro de campo e nas arquibancadas: a violência durante as partidas de futebol

Novamente, em um evento nada isolado, torcedores promovem cenas de balbúrdia e geram novo debate acerca da existência de torcidas organizadas, e medidas possíveis para conter a violência nos estádios.

Daniel Henrique Ferreira

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Fonte: Reprodução Internet

Na última semana, torcedores de Vasco e Santos, após a derrota de seus respectivos times, protagonizaram cenas de violência, depredação e perturbação da ordem. Os times podem ser punidos, mas o que se discute é a existência das torcidas organizadas e segurança da população durante as partidas de futebol.

No dia 21/06, na baixada santista, o Santos, em péssima fase no Campeonato Brasileiro, necessitava de uma vitória, que não aconteceu, contra o Corinthians. Antes mesmo do apito final e com o placar adverso, torcedores uniformizados arremessaram a campo sinalizadores e foguetes - objetos cuja entrada é proibida em estádios desde o incidente em que um torcedor boliviano foi atingido e morto por um sinalizador durante partida em que o próprio Corinthians estava presente, no ano de 2013.

Tais objetos foram arremessados contra o goleiro Cássio - que no ano passado já havia participado de um incidente no mesmo estádio e contra a mesma equipe, em que na ocasião, um torcedor invadiu o campo com intuito de atentar contra o goleiro. Além do jogador corinthiano, a torcida santista também tinha como alvo, os próprios jogadores de seu clube. Os últimos atletas, tiveram que esperar a ação policial e saíram de campo escoltados às pressas por seguranças.

Um dia após o incidente em São Paulo, no dia 22/06, a equipe do Vasco enfrentou o Goiás, no Rio de Janeiro. A semana que antecedeu a partida, já havia sido de tensão para os cruzmaltinos. Torcedores invadiram o Centro de Treinamento - local de trabalho dos jogadores e da comissão técnica - para cobrar explicações acerca da péssima fase do time. Em campo, o resultado não agradou a torcida, que ao fim do jogo, não apenas arremessou objetos em direção ao campo, como também vandalizaram o próprio estádio, patrimônio do próprio clube e da torcida.

 Nos últimos anos, cada vez mais casos de violência envolvendo torcidas de futebol tornam-se rotina em noticiários, capas de jornais e em outros veículos de comunicação. Como medida protetiva, o Governo de São Paulo instituiu que, em partidas de equipes consideradas rivais, nos denominados “clássicos”, apenas a torcida da equipe mandante pode estar presente no estádio. Além de ignorar totalmente os confrontos que ocorrem longe das imediações dos estádios, a medida em nada contribui com  a criação de um ambiente saudável para os jogos.

 

Cabe também ressaltar a atuação da polícia nessas situações. Em primeiro lugar, apesar da proibição, torcedores ainda conseguem adentrar nos estádios com os já citados sinalizadores, foguetes, dentre outros artefatos, o que levanta o questionamento acerca da fiscalização na porta dos jogos, fato que cabe ao policiamento ser realizado. Outro ponto, é a atuação da polícia em situações mais adversas, como confrontos ou invasões. Sempre truculenta, com força excessiva e muitas das vezes desnecessária, há o despreparo policial para atuação nos estádios.

Assim, com um ambiente cada vez mais hostil e menos seguro, e com soluções distantes de serem efetivadas, ir a um estádio de futebol 2023 não é o entretenimento que esperava-se que poderia ser.

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