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Alline Flores 

Cartesiana

Alline Flores

Sob as rotas desoladas
construo meus traçados.
Vago entre o poente do nada
e o certeiro da estrada.

Toda certeza se esvai
e o chão é como ter os pés no abismo.

Deixo-me enlevar no voo dos pássaros
com os olhos passeando
pelas pequeninas e belas asas.
Rogo, suplico-lhes
que me tirem esta gaiola
construída por minhas próprias mãos.

Observo mapas.
Anseio cada traço que me prenderá em sua rede
E me sufocará no gesto de pensá-los,
desejá-los.
Então me deparo com minhas tolas fronteiras,
prisioneiras.
E peço às borboletas,
ainda em sua fase larval
para que me tragam o anil do céu.
Por desmanchar-me na agonia do tempo.
Uma ausência e súplica por asas.

Ah dolorido querer,
demasiado sentir!
Por que me mostra a cor
Mas me furta a vida?

Se para tanto
tento deixar
o peito exposto?

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